sábado, 27 de abril de 2013

24 de abril - Dia do Chimarrão


CHIMARRÃO
     A BEBIDA SÍMBOLO DO RIO GRANDE DO SUL


ORIGEM DO TERMO            
  
A palavra chimarrão tem origens no vocabulário espanhol e português. Do espanhol cimarrón, que significa chucro, bruto, bárbaro, vocábulo empregado em quase toda a América Latina, do México ao Prata, designando os animais domesticados que se tornaram selvagens.
O comércio de mate e o preparo da erva foram em tempos passados proibidos no Paraguai, o que não impedia, entretanto, que clandestinamente continuasse em largo uso naquela então colônia espanhola.

A HISTÓRIA
         
Assunção havia-se transformado na pérola das colônias espanholas na América. O general Irala, que numa conspiração derrubara o governador de província e estendera seus domínios do pampa aos Andes e até Sierra Encantada-Peru, investindo para o leste e chegando, em 1554, às terras de Guairá, atualmente terras do Paraná. Ali foi recebido por quase 300 mil guaranis com alegria e hospitalidade. Além da acolhida, o que chamou a atenção foi que os índios de Guairá eram mais fortes do que os guaranis de qualquer outra região, mais alegres e dóceis. Entre seus hábitos, havia o uso de uma bebida feita com folhas fragmentadas, ingerida em um pequeno porongo por meio de um canudo de taquara na base um trançado de fibras para impedir que as partículas das folhas fossem ingeridas. Os guaranis chamavam-na de caá-i (água de erva saborosa) e dizem que seu uso fora transmitido por tupã.
Os conquistadores provaram o chimarrão e o acharam saboroso e alguns poucos goles davam uma sensação de bem-estar ao organismo. De volta a Assunção, os soldados de Irala levaram um bom carregamento de erva. Em pouco tempo, o comércio da erva-mate se tornava o mais rendoso da Colônia. O uso do chimarrão se estendeu às margens do Prata, conquistou Buenos Aires, transpôs os Andes, chegou a Potosi, enriquecendo os donos do Paraguai. Assunção dobrou de população e de tamanho. As fortunas se agigantavam.
O chimarrão também fez a riqueza dos jesuítas que se estabeleceram no Guaíra, ao sul do Paranapanema e nos Sete Povos, à margem oriental do Uruguai. Fazendo plantio de ervais, depois de fracassos iniciais para germinar a semente, os jesuítas inventaram a caá-mini, pó grosso de erva-mate, que passou a valer três vezes mais e, com sua exportação, ganharam muito dinheiro, trazendo um período de opulência para os Sete Povos e as Missões.
Os argentinos descobriram o segredo que havia sido guardado com os jesuítas de como fazer germinar a semente e plantaram seus ervais que, em pouco tempo, se estendiam em milhares de pés pelo território de Misiones.

OS AVIOS


Os "avios" (instrumentos necessários) de chimarrão são a erva-mate, a cuia ou porongo onde se deposita a erva, a bomba através do qual se suga a infusão, e a chaleira onde se põe a água a aquecer até que comece a "chiar" em fase de pré-fervura. Para maior comodidade do mateador, pode haver também entre os "avios" o tripé, em que se deposita a cuia, ou em vez do tripé, um porta-cuia feito com outro pedaço de porongo.

Na fronteira-sul do Estado utilizavam-se preferentemente cuias "chatas" (galletas, dizem os uruguaios), formadas com o fruto de uma trepadeira cientificamente denominada crescentia cujetae. Mas mesmo naquela região tem sido cada vez mais utilizada a cuia" redonda resuItante de um porongo aberto (Iagenaria vulgaris, família das cucurbitáceas).O uso de um bom porongo contribui para o sabor agradável do mate. Não têm sido muito coroadas de êxito as tentativas de se fabricarem cuias de madeira vidro, porcelana (para mate-doce, com açúcar), etc. Há cuias pirografadas, buriladas, enegrecidas afogo, com bocal de prata, com lavores de ourivesaria, recobertas de metal branco, etc. Também as bombas têm, no correr do tempo, adquirido ornamentos. A tradição prefere bombas de prata com bocal de ouro e com um anel intermediário incrustrado de ouro ou eventualmente, de pedras semi-preciosas.
Hoje em dia é comum quem toma chimarrão, ter uma garrafa térmica e um rabo quente para esquentar a água.
Tal como ocorre com o cachimbo da paz, a cuia de chimarrão passa de mão em mão, em círculo, com todas as pessoas pondo os lábios, à sua vez, na mesma bomba. Cada um precisa tomar todo o conteúdo de cada "mate", até que a bomba "ronque" por já estar sugando ar em vez de chá.
Prepare um mate rapidinho...Dica da escola do chimarrão:
 



Fonte: blog MTG RS

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