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O minuano sopra suave na segunda quinzena de setembro. Além de anunciar a chegada da estação das flores, embala mansamente os galhos e parece acariciar as ramadas de árvores, num afago primaveril.
Mas nem sempre foi assim. O vento dos pagos gaúcho soa lento e traz consigo o compasso de um tempo de antigamente, relembrando os irmãos da mesma gente que combateram até a morte.
Desmereceram a sorte, numa luta idealista. Republicanos e imperialistas ungiram a terra com sangue, para fazer, o que é hoje, o estado do Rio Grande.
Os ares de tempos passados homenageiam os tombados que tornaram este solo sagrado. A defesa do couro e do charque foi o motivo da luta. Bravura, respeito e amor, sustentaram este solo sagrado. A defesa do couro e do charque foi o motivo da luta. Bravura, respeito e amor, sustentaram por quase dez anos uma revolta em prol do valor.
O vento farrapo é testemunha de um passado de glória. De homens, mulheres, da história. De conquistas que o tempo não apaga, de vencedores com ponta de adaga e de vencidos com o fio da degola.
Este vento que sopra soberano por sobre as coxilhas, imponente no planalto e na serra, é majestoso e demarca esta terra, desde a fronteira até o litoral. Ainda ressoa nas matas e trilhas entoando o valor Farroupilha, relembrando de nossos heróis.
O sopro intenso que corta as querências e sustenta a bandeira gaúcha, nos dá a consciência de que a paz só se fez com a luta. Minuano dos tempos antigos, das batalhas forjadas a mão, venta hoje na roda de mate, prá lembrar o valor deste chão.
Créditos: Flávio Rodrigues
Por: Lucas Pinho de Mello