Começou no dia 14 de Setembro a 10ª Semana Farroupilha do CTG Amigos da Cavalgada. Inicialmente, uma solenidade breve, mas muito simbólica. O Patrão do CTG Sr. João Bueno deu início agradecendo a presença de todos e lembrando as origens Rio-Grandenses de 1835, quando lá na Província de São Pedro do Rio Grande, bravos guerreiros, gaúchos e farrapos lutaram por um mundo, e um país melhor. Logo após iniciou o Hino Nacional Brasileiro, e em seguida o Hino Rio-Grandense. A Chama Crioula foi acesa pelo Patrão durante o último hino, e Ringo Fagundes tomou a palavra para contar a origem do CTG e MTG com a história abaixo:
Em agosto de 1947, em Porto Alegre, eclodiu forte uma proposta de esperança, onde a liberdade e o amor à terra tinham vez e lugar. Jovens estudantes, oriundos do meio rural, de todas as classes sociais, liderados por Paixão Cortes, criam um Departamento de Tradições Gaúchas no Colégio Júlio de Castilhos, com a finalidade de preservar as tradições gaúchas, mas também desenvolver e proporcionar uma revitalização da cultura rio-grandense, interligando-se e valorizando-a no contexto da cultura brasileira. Dentro deste espírito é que surge a criação da Ronda Crioula , estendendo-se do dia 7 ao dia 20 de setembro, as datas mais significativas para os gaúchos.
Entusiasmados com a idéia procuraram a Liga de Defesa Nacional, e contataram o então Major Darcy Vignolli, responsável pela organização das festividade da "Semana da Pátria, e lhe expressaram o desejo do grupo de se associarem aos festejos, propondo a possibilidade de ser retirada uma centelha da "Fogo Simbólico da Pátria" para transformá-la em "Chama Crioula", como símbolo da união indissolúvel do Rio Grande à Pátria Mãe, e do desejo de que a mesma aquecesse o coração de todos os gaúchos e brasileiros durante até o dia 20 de setembro, data magna estadual. Nessa oportunidade, Paixão recebeu o convite para montar uma guarda de gaúchos pilchados em honra ao herói farrapo, David Canabarro, que seria transladado de Santana do Livramento para Porto Alegre.
Paixão Cortes, para atender o honroso convite, reuniu um piquete de oito gaúchos bem pilchados e, no dia 5 de setembro de 1947, prestaram a homenagem a Canabarro. Esse piquete é hoje conhecido como o Grupo dos Oito, ou Piquete da Tradição. Primeira semente que seria semeada no ano seguinte, na criação do "35" CTG. Antônio João de Sá Siqueira, Fernando Machado Vieira, João Machado Vieira, Cilso Araújo Campos, Ciro Dias da Costa, Orlando Jorge Degrazzia, Cyro Dutra Ferreira e João Carlos Paixão Cortes, seu líder. Durante o cortejo, o "grupo dos Oito", os jovens estudantes, conduziam as bandeiras do Brasil, do Rio Grande e do Colégio Júlio de Castilhos.
Como haviam decidido, no dia 7 de setembro, à meia noite, antes de extinto o "fogo Simbólico da Pátria", Paixão Cortes, na companhia de Fernando Machado Vieira e Cyro Dutra Ferreira, retirou a hoje cinqüentenária "Chama Crioula", que ardeu em um candeeiro crioulo até a meia noite do dia 20 de setembro, quando foi extinta no Teresópolis Tênis Clube, onde se realizava o primeiro Baile Gaúcho, por eles organizado.
Durante a Ronda Crioula, os jovens pioneiros realizaram intervenções em programas da Rádio Farroupilha, entraram em contato com o escritor Manoelito de Ornelas , o qual noticiou os acontecimentos da Ronda pelo Jornal Correio do Povo, e Porto Alegre.
Com a Ronda, outros jovens companheiros foram se agregando às comemorações: Barbosa Lessa, Wilmar Santana, Glaucus Saraiva, Flávio Krebs, Ivo Sanguinetti e outros tantos. Após o sucesso da Ronda, mas principalmente pela decisão tomada em manterem-se unidos para matear e prosear , o que se realizava na casa de Paixão Cortes.
O Capataz do CTG Sr. Magrão, deu seu chasque e seguiu com a programação, encaminhou a todos para a atividade campeira (tiro de laço).
Por volta das 23h30 começou o primeiro baile com o grupo Tranco de Vanera.
Gostou do Post? Comente...
Por: Lucas Pinho de Mello
0 comentários:
Postar um comentário