Os Muuripás, conjunto de cultura nativa, foi fundado em 22 de Agosto de 1971, para estudar, pesquisar e desenvolver artisticamente - em forma de recitais, palestras e espetáculos - os motivos tradicionais e folclóricos da terra e do homem gaúcho, é hoje o mais aplaudido elenco de projeção folclórica do Sul.
Em 15 anos, Os Muuripás levou seu trabalho a todos os cantos do Rio Grande; atuou nas principais capitais brasileiras; andou por Montevideo, Buenos Aires, Assunção do Paraguai e Cordilheira dos Andes.
O nome do conjunto é uma homenagem ao ancestralismo indígena do gaúcho, extraído do vocábulo guarani e que significa "venturoso, usado par exaltar a boa sorte e valentia dos guerreiros".
A Lenda dos índios Muuripás
Foi minha Vó Caati que me contou um pouco antes de morrer. Que Deus a tenha!
Filha de cacique, orgulhosa de sua raça como ninguém. E se não tivesse morrido naquele inverno, teria completado 112 anos, marcados na tarca.
- Naqueles tempos, a grande tribo Guarani dominava todas essas terras do Jacuí até as barrancas do Uruguai. Eram léguas e léguas de mata cerrada, que nem a vista do pajé conseguia enxergar o fim. Seus guerreiros eram os mais valentes, os mais astutos... os melhores no arremesso da lança, os mais rápidos no manejo do arco e da boleadeira. Nas caçadas ninguém vencia um muuripá.
É claro que tu não sabes quem eram os muuripás! Também, faz tanto tempo...
Eles eram guerreiros escolhidos, que na língua do branco quer dizer venturoso, os que têm sorte.
Para chegar a muuripá, o guerreiro deveria cumprir provas de astúcia e valentia ao longo dos sete caminhos da morte, que ofereciam peripécias na mata virgem, na correnteza dos rios, na caverna dos espíritos e até mesmo no campo aberto.
O retorno vitorioso deveria acontecer ao término da sétima lua. Se assim não ocorresse, estaria frustrado o desejo e a honra do jovem índio de se tornar um muuripá.
Vencidas todas as provas, ele era conduzido e aclamado pelos caminhos que levavam aos acampamentos da grande tribo. Lá recebia a boleadeira de pedra, símbolo da astúcia e da valentia. Depois, em grande cerimônia, era marcado na fronte do guerreiro - com fogo e erva sagrada - o emblema da lua nova, para que fosse o seu enigma de ventura e boa sorte, tanto na paz como na guerra. Cumprida a cerimônia, o novo muuripá passaria a integrar a elite guerreira da sua tribo, recebendo como prêmio sete virgens, que, por sete dias o divertiriam e lhe dariam prazer.
(Recolhida em São Nicolau)
Conta-se que Sepé Tiaraju teria sido o último dos "muuripás" e, como os outros, também receber seu prêmio.
Fonte: http://www.paginadogaucho.com.br/osmuuripas/intro.php
Por: Lucas Pinho de Mello
1 comentários:
Deve ser muita coincidência! Sou da fronteira do RS com UY, fui trabalhar em Indaial e em uma pesquisa sobre o antigo grupo cai no CTG da cidade. No foto dos dançarinos do Muuripás, aparece meu pai, hoje residindo em Torres, RS.
Vou mostrar à ele. Vai ficar contente.
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