terça-feira, 11 de setembro de 2012

A Proclamação da República Rio-Grandense 11/09/1836


                                                            Cena do Filme "Netto Perde Sua Alma"


Destacado por Bento Gonçalves, Coronel Netto deslocou-se, no início de setembro de 1836, à região de Bagé onde encontrava o imperialista João da Silva Tavares, vindo do Uruguai. A primeira brigada de Netto, com 400 homens atravessou o arroio Seival e encontrou as tropas de Silva Tavares (560 homens) sobre uma coxilha. Durante a tarde de 10 de setembro de 1836, Silva Tavares avançou sobre a coxilha, e os revoltosos defenderam-se usando lanças e espadas.

A confusão entre eles foi aproveitada pelos cavaleiros de Neto, que atacaram com força redobrada. Os farrapos ficaram quase intactos, enquanto do outro lado havia 180 mortos, 63 feridos e 110 prisioneiros.

Donos do campo, os farroupilhas comemoraram vibrantemente a vitória e imediatamente cresceu a idéia, que logo prosperaria, de construir a República Rio-Grandense.



                                Cena do Filme "Netto Perde Sua Alma"

A PROCLAMAÇÃO

Na manhã do dia 11 de Setembro de 1836, foi dado a ordem para que a 1ª Brigada se pusesse em Formatura de Gala, para uma revista especial; reunido o Estado-Maior, o Cel. Antônio de Souza Neto chegou a galopito no mais, puxa de um papel e lê o seguinte:

BRAVOS COMPANHEIROS !

Ontem obtivemos o mais completo triunfo sobre os escravos da Corte do Rio de Janeiro, a qual, invejosa das vantagens locais da nossa Província, faz derramar sem piedade o sangue dos nosso compatriotas para deste modo, fazê-la presa das suas vistas ambiciosas.
Nossos compatriotas, os rio-grandenses, estão dispostos como nós, a não sofrer por mais tempo a prepotência de um governo tirano, arbitrário e cruel.
Em todos os ângulos da Província, não soa outro eco que independência, república, liberdade ou morte.
Este eco majestoso, que tão constantemente repetis como uma parte deste solo de homens livres, me faz declarar que proclamamos nossa independência Provincial, para o que nos dão bastante direito os nosso trabalhos, pela liberdade e o triunfo que ontem obtivemos sobre esses miseráveis escravos do poder absoluto.
A Província fica desligada das demais do Império e forma um ESTADO LIVRE E INDEPENDENTE, com o Título de: REPÚBLICA RIO-GRANDENSE e cujo manifesto às nações civilizadas se fará competente. Camaradas !
Gritemos pela primeira vez: VIVA A REPÚBLICA RIO-GRANDENSE !
Viva a nossa Independência ! . . .

A  ATA

Aos 12 de Setembro de 1836, enquanto sepultavam os mortos da Batalha do Seival (10-09-1836), juntamente com pedaços de lanças, espadas, aparatos de guerra e aperos de encilha - num velho cemitério, que lá está até hoje com aqueles troféus, na margem esquerda do rio Jaguarão, há umas duas léguas do Campo dos Menezes - o Cel. Antônio de Souza Neto manda elaborar uma Ata, conforme segue:

ATA  DA  PROCLAMAÇÃO  DA  REPÚBLICA  RIO-GRANDENSE

Aos doze dias do mês de setembro do ano de 1836, no acampamento volante na costa do Rio Jaguarão, estando presente o Cel. Antônio de Souza Netto e os demais oficiais e inferiores que subscrevem, por unânime vontade deste e dos soldados, foi declarada que a Província do Rio Grande do Sul, de ora em diante se constitui nação livre e independente com o título de REPÚBLICA RIO-GRANDENSE, não só por ter todas as faculdades para representar entre as demais nações livres do universo, sendo também obrigados pela Prepotência do Rio de Janeiro, que por tantas vezes tem destruído seus filhos, ora deprimindo sua honra, ora derramando seu sangue e finalmente desPor todos os motivos que acima se declaram, protestam ante o Ser Supremo do universo, não embainharem suas espadas e derramar todo seu sangue antes que retroceder de seus princípios proclamados na presente declaração.

Antônio de Souza Netto
Cel. Comandante




Por: Lucas Pinho de Mello

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